terça-feira, 26 de junho de 2012

testes de produção

finalmente estamos dando os primeiros passos nas etapas de teste de produção! estamos fazendo visitas semanais às Floristas para discussão de resultados e propostas de aperfeiçoamentos.

o que aconteceu nas três últimas semanas:

12.06 apresentamos as alternativas para elas, adaptando o que foi dito no anteprojeto. a aceitação dos desenhos foi grande, gerando muita motivação. aproveitamos para escolher as cores das linhas para os bordados, de acordo com a paleta definida anteriormente. ficamos muito contentes com a alta qualidade das linhas e achamos as cores muito bonitas. foi um momento de alta expectativa.


19.06 elas bordaram os primeiros motivos no formato circular. foi um teste preliminar dos tamanhos e formas, que levou a uma série de conclusões e sugestões de alteração para os próximos. inicialmente, o tecido utilizado foi algodão cru, também como teste. além disso, levamos uma manta magnética para fazer os primeiros testes de ímã (deu certo, yes!). pensamos junto com elas em algumas ideias para a fita de vários usos.

teste dos bordados e a referência dos desenhos

primeiro teste com a manta magnética

26.06 elas fizeram os motivos novamente, já com várias das alterações propostas. fizeram também os motivos que elas ainda não tinham bordado, além de um teste de postal. todas chegamos à conclusão de que ainda há muito para melhorar, mas o avanço já foi bem significativo. uma grande diferença foi a substituição do algodão cru para o tricoline, que permitiu o seu tingimento de azul. o azul enriqueceu muito as cores e as formas, foi bastante satisfatório. conforme tínhamos combinado com elas, levamos terminação para chaveiro e para broche. testamos na hora e percebemos que se trata de um trabalho simples e rápido de se desenvolver. a fita é um desafio, já que ainda não obtivemos soluções satisfatórias. conversamos com elas sobre as bolsas e será uma tarefa para a próxima semana.


novos testes!

mais de pertinho

teste de chaveiro e broche

Ana, Elena e Elisabete

segunda-feira, 18 de junho de 2012

da identidade visual

As Floristas já têm um sistema de identidade visual. o projeto foi desenvolvido pela empresa Caju Design.
aqui está o link para o manual de aplicação.
agora temos que pensar em como trabalhar com a identidade em relação ao projeto atual.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

pp3 + craftvismo

ao enxergar um problema, quem acredita que pode fazer a diferença ao colocar suas ideias em prática, se manifesta de alguma maneira. o craftivismo acontece quando essa ação envolve criatividade, sutileza e trabalhos manuais. o movimento sugere que a maneira de atuação seja pensada a partir da possibilidade de transformação de uma realidade utilizando recursos criativos.


manifesto cratfvista


bordado + crochê





o movimento incentiva os cidadãos a observarem e refletirem sobre ações e objetos presentes do cotidiano. também valoriza a autonomia, a comunidade e o artesanato e foca na singularidade e valorização da produção manual e no carinho (: como vemos no vídeo do grupo gentilezas urbanas, que atua em São Paulo.


ação na sinalização de transito em SP



em pp3, pretendemos utilizar referencias de craftvismo no desenvolvimento de estratégias de inserção dos produtos no mercado. que tal uma ação craftvista que divulgue melhor o espaço de economia solidária da feira da torre? (:

terça-feira, 12 de junho de 2012

anteprojeto e situação atual

mesmo com a greve, ontem tivemos nossa apresentação de anteprojeto. nossa banca, além do professor Aciole, foi composta pelo Raphael Sardemberg. como convidado, tivemos a presença do Thiago Lucas, representante do CDT. na apresentação, por causa do tempo, fizemos um recorte de pontos mais importantes do projeto, muitos já abordados anteriormente aqui no blog. o feedback da banca foi positivo e animador. foi reforçada a importância da questão humana em projetos de sustentabilidade.

em relação ao andamento do projeto, segue uma imagem com testes de cor. a paleta foi definida com base nos paineis de identidade apresentados anteriormente. ela será apenas uma base de escolha, já que as cores definitivas dependerão dos materiais disponíveis das Floristas.

paleta de cores e testes iniciais

testamos também a aplicação dos motivos fora das moedinhas, em superfícies como bolsas e postais. escolhemos utilizar um modelo bastante simples de bolsa, que não acarretaria um alto custo de produção e estaria de acordo com o público alvo. o postal teria o mesmo modelo que elas já adotam.

aplicação dos motivos em bolsas e postais

por fim, ilustramos algumas opções de uso da fita. as moedinhas bordadas ficariam nas extremidades da fita.
possibilidades de uso da fita

no final da apresentação de anteprojeto, listamos os próximos passos a percorrer:
 validação das propostas e soluções com As Floristas
 desenvolvimento de modelo/protótipo
 ajustes
 detalhamento
 implementação das estratégias de inserção
 teste de vendas
 planejamento de continuidade (autônoma)

terça-feira, 5 de junho de 2012

vetores iniciais

após escanear os desenhos gerados à mão, fizemos uma vetorização inicial (sem qualquer refinamento!), para podermos começar alguns testes de cor e novas disposições de elementos.


já temos alguns preferidos e outros que devem ser completamente modificados!

domingo, 3 de junho de 2012

gui bonsiepe e identidade

no capítulo Identidade  Contraidentidade do Design do livro Design, Cultura e Sociedade, Gui Bonsiepe fala de algumas perspectivas do artesanato.

O uso de recursos locais (motivos gráficos, combinações cromáticas, materiais e processos de produção intensivos em mão–de-obra) em relação ao design e criação da identidade pode ser visto de maneira exemplar em países periféricos. Em grande parte, essas atividades pertencem ao setor informal da economia e aplicam, em geral, processos não intensivos em capital. Frente ao tema artesanato e design, podemos detectar as seguintes posturas que aparecem em forma pura ou misturada:

1 o enfoque conservador. Procura proteger o artesão contra qualquer influência do design vinda de fora. Esta postura se encontra ocasionalmente entre antropólogos que rejeitam qualquer aproximação entre design e artesão, pois querem manter o artesão em estado puro, imaculado e resistente contra influências contemporâneas. (...)
2 o enfoque estetizante. Considera os artesãos representantes da cultura popular e eleva seus trabalhos ao status de arte, utilizando o termo “arte popular” em referência a “arte culta”. Às vezes se usa o repertório das formas da arte popular (ornamentos, combinações cromáticas) como ponto de partida ou fonte de inspiração quando representantes de fora, estranhos às comunidades, tratam de imitar a linguagem formal-estética para fins de design. Concretamente este enfoque se manifesta no chamado ethnodesign;
3 o enfoque produtivista. Considera os artesãos como mão-de-obra qualificada barata, utilizando suas capacidades para produzir designs desenvolvidos e assinados pelos designers e artistas. Requer uma boa medida de ingenuidade ou frescura quando esse enfoque, apresentado como “ajuda” para o artesanato na periferia,  é recomendado por motivos de interesses humanitários a fim de produzir designs  “inspirados” pela cultura popular local ou designs diretamente trazidos do centro  com mão-de-obra barata nessas comunidades. Tal prática do design perpetuaria as relações de dependência em vez de contribuir para sua superação;
4 o enfoque culturalista ou essencialista. Considera os projetos locais dos artesãos como base ou ponto de partida para o que seria denominado como verdadeiro design latino-americano ou indo-americano. Às vezes este enfoque vem acompanhado de uma postura romântica que idealiza o suposto passado “bucólico”;
5 o enfoque paternalista. Considera os artesãos em primeiro lugar como clientela  política para programas assistenciais e exerce uma função mediadora entre os produtores e a comercialização (marketing), em geral com altas margens de lucros para os vendedores; 
6 o enfoque promotor da inovação. Advoga a autonomia dos artesãos para melhorar suas condições de subsistência, muitas vezes precárias. Neste caso, é necessária a participação ativa dos produtores.

trata-se de uma questão bastante polêmica. no nosso projeto, temos como ideal o enfoque promotor da inovação, apesar de termos consciência da sua dificuldade de aplicação (talvez pela nossa inexperiência) e da incerteza quanto ao nosso papel no processo.

quando se refere à manifestação de identidade do design, o autor apresenta cinco modos de sua materialização:
− em forma de um grupo de características formais ou cromáticas (stilemi);
− na estrutura da taxonomia dos produtos, os tipos de produtos característicos para uma cultura, por exemplo, uma cuia de cabaça que foi criada na cultura guarani;
− no uso de materiais locais e métodos de fabricação correspondentes;
− na aplicação de um método projetual específico (empatia por uma tradição e uso desses atributos arraigados em determinada região).

além disso, o autor expõe a importância da relação com o ambiente e a natureza para o artesanato, que vai além dos problemas de subsistência. muitas tradições e lendas surgem a partir de motivos de fauna, flora e astronomia, e depois se materializam nos produtos. a destruição da natureza passa a ser, assim, também uma ameaça para a continuidade dessa cultura. tal questão é diretamente aplicável ao artesanato produzido na região em que o nosso projeto se insere. o cerrado é uma das maiores inspirações para os artesãos locais, muitos deles provenientes de diferentes partes do território nacional.

BONSIEPE, Gui. Design, Cultura e Sociedade. São Paulo: Blucher, 2011.