segunda-feira, 28 de maio de 2012

referência

para a nossa fita (acessório para o cabelo, pulseira, cinto, colar...)!
blog da loja Meninas, em que são vendidos os elementos da fita separadamente e o usuário pode montar e usar como quiser.

domingo, 27 de maio de 2012

alternativas

a partir dos requisitos gerados e da vivência projetual até o momento, chegamos à conclusão de que não basta apenas projetarmos novos produtos junto com a comunidade, é preciso pensar em um sistema de inserção que atraia o público e dê mais visibilidade para o grupo. em relação a tais estratégias, ainda estamos estudando algumas possibilidades, provavelmente mais relacionadas a marketing e artivismo (aguarde um post sobre o assunto em breve).
esquema do projeto

no que se refere aos produtos, propõe-se um desdobramento de peças que partiria de uma pequena circunferência com um motivo bordado (por enquanto apelidada de moedinha). os produtos poderiam ser ímãs, broches, chaveiros, além de uma proposta de fita com diferentes usos. seria uma fita de cerca de um metro com uma moedinha pendurada em uma das pontas. ela poderia ser utilizada tanto como acessório de cabelo, como colar, pulseira e cinto, fazendo com que o produto se adeque às expectativas de um público jovem e versátil. como alternativa, poderia ser uma fita de tecido mole cobrindo um tecido mais duro ou ainda uma fita trançada. propõe-se ainda uma bolsa de tamanho médio a pequeno, feita de tecido e tela (para manter o formato), com os motivos bordados.
produtos propostos

chegando nos motivos, foi feita inicialmente uma matriz com diferentes possibilidades. a ideia foi de criar pequenos cenários de aspecto não realista que unissem elementos universais, como a arquitetura e os padrões geométricos do Plano Piloto, a elementos naturais característicos do cerrado. utilizamos nossos paineis de identidade e de estilo de ilustração como referência. assim, foram geradas imagens com diferenças de escala e relação inesperada entre as partes, como um grande lobo guará em cima do Museu da República e um tatu percorrendo um dos arcos da Ponte JK
geração de motivos

estamos com algumas dúvidas relativas à execução dos motivos em bordado (limites de tamanho e detalhamento), bem como à escolha dos pontos mais adequados para cada ilustração. no nosso próximo encontro com As Floristas, trataremos também destes assuntos.

terça-feira, 22 de maio de 2012

tipos de bordado

retomando a Base Conceitual de Artesanato Brasileiro, pesquisamos os diferentes tipos de bordados, para poder gerar alternativas com mais segurança e conhecimento.

aberto: ponto de bordado aplicado em orifícios arredondados e previamente demarcados com alinhavos. O arremate é feito com um ponto apertado.




aplicação: bordado em que o ornato não é executado na trama do próprio tecido e sim com aplicação de materiais diversos, desde que atinja 60% do trabalho manual. A aplicação de pedrarias é considerada aqui.



boa noite: técnica semelhante ao labirinto. Para bordar desfia-se o tecido em alguns pontos, esticando-se a área a ser trabalhada com o auxílio de um bastidor ou grade. Utilizam-se agulha e linha para unir os fios e construir o bordado.



casa de abelha: ponto de costura ou dobradura de tecido imitando casa de abelha.





cheio: este ponto implica um matizado básico e compreende o enchimento de linha ou algodão. Pode ser trabalhado da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita. O número de fios sobre os quais os pontos são trabalhados depende do efeito desejado.


corrente ou cadeia: ponto decorativo em forma de corrente, muito usado para contornar outros bordados.

cruz: bordado com ponto imitando pequenas cruzes que permite a contagem de fios e que, quando agrupadas, formam um desenho. Conhecido também como ponto de marca e bordado de fio contado.



filé: técnica elaborada a partir de uma rede tecida em linhas de algodão, presa por pregos a uma peça de madeira (quadrado ou retângulo), onde são traçados os pontos com agulha de mão. O filé simples restringe-se a uma rede de nó tecida a mão e o filé bordado utiliza a rede de nó como suporte para o bordado.


hardanger: bordado executado sobre um tecido de fios iguais, semelhantes ao Rendendê. O Ponto Cheio é o ponto básico e é feito em blocos compostos de um número ímpar de pontos. Terminados os blocos corta-se os fios do tecido desfiado, conforme necessário. Os fios soltos do desfiado são cobertos com pontos enrolados ou cerzidos para formar barras.
inglês: tira de tecido (de algodão, organdi etc.) com um dos lados terminado por festonados e bordados cheios ou vazados, geralmente do mesmo tom do tecido.




matiz: tem a forma do Ponto Cheio, normalmente usado para encher um desenho considerado grande ou irregular. Usado também para dar o efeito sombreado. Na primeira carreira os pontos são alternadamente longos e curtos e bem unidos para seguir o contorno do desenho. Os pontos das carreiras seguintes são arrumados visando instituir uma superfície uniforme e macia.

ponto caseado ou festonê: bordado formado por pontos de laçada, feito da direita para a esquerda de maneira que fique bem firme ao abrir as casas.




rendendê ou renda de dedo ou rendendepe: ponto bordado preferencialmente sobre o linho preso em bastidor. Após ser bordado é recortado com tesoura para retirada do centro do bordado ou das partes do tecido que não foram cobertas pela linha. São utilizados pontos cheios e abertos formando desenhos geométricos.

reto: este ponto é mostrado como pontos individuais espaçados, feitos de modo regular e irregular. Algumas vezes os pontos são de tamanho variado. Os pontos não devem ser nem muito longos nem muito frouxos. O ponto pode também ser feito em tecidos de fios iguais.


richelieu: bordado sobre tecido preso sobre almofada e um papel com o risco que será bordado. Pode ser executado à mão ou à máquina de pedal com o auxílio do bastidor. Utiliza-se um ponto básico e outro ponto casado bem próximo um do outro. Depois de pronto é recortado nos desenhos desejados.


rococó: sequência de pontos sobre o tecido em torno de uma agulha. A agulha é introduzida tantas vezes quantas desejadas e no mesmo lugar. Com o auxílio de uma agulha de fundo pequeno que permita a passagem através da linha enrolada, puxa-se a linha até obter o ponto rococó desejado.


russo: o ponto russo é uma técnica de bordar em alto relevo, feita com uma agulha especial, bastidor e tecido.




sombra: também conhecido por Ponto Atrás Duplo, o Ponto Sombra é bordado em tecido fino e transparente. Pode ser feito tanto do lado direito quanto do lado avesso, com pequenos pontos atrás, alternadamente.



vagonite: bordado em tecido com textura tipo tabuleiro em relevo, ou em tecido étamine, no qual a agulha desliza sob a trama mais proeminente, sem atravessar o seu avesso. Os pontos podem ser realizados da direita para a esquerda ou vice-versa.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

pesquisa de usuário

ainda no dia 19, foi realizada uma pesquisa de usuário, com o intuito de entender melhor as expectativas daqueles que frequentam a Feira da Torre e se enquadram nas características do nosso perfil. assim, facilita-se também a escolha dos produtos a se desenvolver.

realizamos uma entrevista aberta e semi-estruturada com dez mulheres jovens (entre 15 e 35 anos) que passeavam pela Feira.

as perguntas base foram:
  você é de Brasília?
  qual o motivo para ter vindo para a Feira hoje?
  você vem com frequência?
  está procurando por algo específico?
  quando recebe visitas de fora de Brasília costuma trazê-las pra Torre?
  como você se orienta na feira?
  costuma comprar mais do que queria?

seguem as respostas, na forma das nossas anotações:
1 é de Brasília; procura por brincos e se interessa mais por acessórios e saias; sempre traz visitas e gosta de passear aleatoriamente, sem se preocupar com orientação; só compra o que procura.
2 é de SP; procura por móveis; acha a organização da Feira terrível; além de móveis se interessa por peças pequenas e lembranças de madeira.
3 é de Brasília; é a terceira vez na Feira; procura por presente para crianças; trouxe um amigo de outro país para conhecer a feira e ele procura por produtos "regionais e artesanato"; ela gosta de bordados, valoriza o trabalho e pagaria de 25 até 100 reais em peças bordadas.
4 é de Brasília; procura por acessórios, mais precisamente prata; já sabe qual o box que costuma comprar e só compra e vai embora; quando pode, traz turistas.
5 é de Brasília; não costuma visitar a Torre e quando vem é só a passeio; gosta de acessórios bordados.
6 é de Brasília; vem passear e procura peças de artesanato para uso pessoal; gosta de bordado mas não se vê usando algo bordado.
7 é de Brasília; primeira vez passeando na Feira; procura por bijuterias de semente; acha bordado interessante mas não compraria pra si; quando tiver uma visita de fora em Brasília levará para a Torre.
8 é de Brasília; primeira vez na Feira; veio para conhecer e procurar por móveis, já que recebeu indicação de amigos; não tem interesse por peças de uso pessoal bordadas.
9 é de Brasília; gosta de artesanato; procura por objetos de decoração e acessórios de cozinha; também acha bonitas peças de prata; principalmente brincos.
10 é de Brasília e veio passear na Torre pela primeira vez; procurando por aros de bolo; tem interesse principalmente pelas comidas regionais vendidas da feira; de objetos de uso pessoal gosta das peças de crochet, em especial os coletes; não reparou em objetos de uso pessoal com bordado, só colchas e panos de prato.

de um modo geral e de acordo com a nossa pequena amostragem, percebemos que há uma grande presença de moradoras da capital. sua preferência de compra é de pequenos produtos e não veem de maneira positiva acessórios pessoais com bordado, já que têm uma imagem mental de bordado como sendo de produtos para casa e de uma estética que não as agrada.

floristas na torre

no sábado (19/05), retornamos à Feira da Torre e finalmente conseguimos visitar o box 98, ponto fixo de vendas das Floristas. trata-se de um box coletivo de economia solidária que tem o apoio de algumas organizações, como o CDT. por fazerem parte da cooperativa Bem Me Quero, As Floristas têm espaço para expor e vender seus produtos. elas vendem roupas (saias, vestidos, coletes, camisetas), almofadas, tiaras, prendedores, ímãs, postais. os produtos das diferentes associações ficam misturados na loja, identificados apenas por um código escrito à mão (no caso das Floristas, representado pelas letras AF).

identificamos alguns pontos positivos e negativos sobre a situação das Floristas nesse contexto.

negativos
 péssima localização do ponto, afastado do centro da feira e cercado de boxes que ainda não foram ocupados ou não têm nenhuma relação de produto (exemplo: loja de quadros)
 o box é dividido em duas lojas
 organização do balcão e da loja com pouco planejamento
 apesar de sua alta qualidade, os postais bordados são considerados muito caros
 as próprias associadas são vendedoras (há um revezamento entre as associações envolvidas)
 o expediente se encerra às 16h
 a placa superior é pouco atrativa, assim como o material de divulgação
 na fala das vendedoras, percebe-se uma certa competição entre as associações no que se refere a venda de produtos
 a parte interna apresenta uma série de cartazes de divulgação de projetos sociais e de economia solidária, que pode trazer uma conotação negativa, como se fosse uma justificativa

positivos
 oportunidade
 motivação (as vendedoras têm interesse direto na venda dos produtos)
 iniciativas como o posicionamento de um manequim e uma mesa do lado de fora do box, para tentar atrair mais clientes


fachada do box

balcão com expositor de tiara e acessórios

produtos expostos e detalhes de bordados

domingo, 20 de maio de 2012

artesanato

afinal, o que é e o que não é artesanato?

Base Conceitual do Artesanato Brasileiro é um documento desenvolvido pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) e tornado público pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) com o intuito de contribuir para a definição de políticas públicas e o planejamento de ações de fomento para o setor artesanal.

segundo a normatização, artesanato compreende toda a produção resultante da transformação de matérias-primas, com predominância manual, por indivíduo que detenha o domínio integral de uma ou mais técnicas, aliando criatividade, habilidade e valor cultural (possui valor simbólico e identidade cultural), podendo no processo de sua atividade ocorrer o auxílio limitado de máquinas, ferramentas, artefatos e utensílios. e não é considerado artesanato trabalho realizado a partir de simples montagem, com peças industrializadas e/ou produzidas por outras pessoas; lapidação de pedras preciosas; fabricação de sabonetes, perfumarias e sais de banho, com exceção daqueles produzidos com essências extraídas de folhas, flores, raízes, frutos e flora nacional; habilidades aprendidas através de revistas, livros, programas de TV, dentre outros, sem identidade cultural. outra questão importante relativa ao artesanato é que, mesmo que as obras sejam criadas com instrumentos e máquinas, a destreza manual do homem é que dará ao objeto uma característica própria e criativa, refletindo a personalidade do artesão e a relação deste, com o contexto sociocultural do qual emerge.

existem diferentes formas de organização dos artesãos. As Floristas são um Núcleo de Artesãs classificado como associação. uma associação é uma instituição de direito privado, sem fins lucrativos, constituída com o objetivo de defender e zelar pelos interesses de seus associados. Regida por estatuto social, com uma diretoria eleita em assembléia para períodos regulares. A quantidade de sócios é ilimitada.

a técnica de produção artesanal consiste num conjunto ordenado de condutas, habilidades e procedimentos, combinado aos meios de produção (máquinas, ferramentas, instalações físicas e fontes de energia e meio de transporte) e materiais, por meio do qual é possível obter-se, voluntariamente, um determinado produto. A técnica artesanal alia forma e função, requerendo destreza manual no emprego das matérias-primas e no uso de ferramentas, conforme saberes variados e com uso limitado de equipamentos automáticos.

a técnica artesanal das Floristas é o bordado, descrito como uma técnica executada sobre tecido ou outro suporte utilizando agulha, linha e bastidores, podendo ser trabalhada com as mãos ou feita em máquinas de pedal ou de motor elétrico. pode ser classificado como aberto, aplicação, boa noite, casa de abelha, cheio, corrente ou cadeia, cruz, filé, hardanger, inglês, matiz, ponto caseado ou festonê, rendendê ou renda de dedo ou rendendepe, reto, richelieu, rococó, russo, sombra e vagonite. 

segundo a cartilha Produção Associada ao Turismo, Artesanato, Arte Popular e Manualidades, do Ministério do Turismo, o artesanato pode apresentar vários usos e utilidades. no presente projeto, busca-se atuar em primeira instância em:
 adornos, acessórios, adereços: objetos que procuram completar a harmonia do conjunto no vestuário feminino ou masculino. No artesanato, esses objetos normalmente estão presentes no ambiente da moda como jóias, bijuterias, cintos, bolsas, fitas, entre outros.
conjuntamente com o uso acima, pretende-se desenvolver peças que também estejam relacionadas a: 
 lembranças/souvenir: peças que representam uma região ou evento, adquiridos ou distribuídos com a finalidade de preservar, resgatar memórias e presentear. A aquisição ou distribuição de lembranças/souvenir é prática comum em várias culturas. Sua fabricação e venda é uma atividade econômica com ligações no setor de turismo e serviços, principalmente os relacionados com a promoção de eventos.

das ilustrações e motivos

no projeto, entendemos o bordado como um ornamento estrutural, ou seja, ele deixa de ser apenas um elemento decorativo adicional ao produto e passa a ser parte essencial da sua composição.

tendo esta questão em mente, a geração de alternativa para as ilustrações se deu conjuntamente à dos produtos.

em um primeiro momento, listamos alguns requisitos (e características preferenciais) para o estilo de ilustração: apresentar simplicidade de formas e uso moderado de cores (definir uma paleta) e ser figurativo e bidimensional.

em relação aos motivos, nos baseamos nos requisitos de projeto levantados anteriormente. levamos em consideração principalmente a transmissão de identidade local, o público jovem e o mercado de turismo e regionalismo. além disso, foi muito relevante o relato das Floristas ao dizer que a identidade local não se resume às construções arquitetônicas do Plano Piloto, apesar de serem figuras pregnantes e universais. retomamos os paineis visuais de identidade para retirarmos elementos relevantes e interessantes simbólica e esteticamente.

a partir disso, procuramos algumas referências de estilo e de desenho, principalmente no que se refere aos animais. o nosso principal meio de busca foi a internet.

ilustrações que envolvem sintetização de animais

agora falta começarmos as nossas!

público

a seguir listamos algumas características relevantes que definem nosso público alvo:

 feminino
 jovem
 consome e se interessa por acessórios pessoais (nem sempre tem casa própria) e produtos relacionados à vaidade
 acompanha as tendências de moda, mas busca se diferenciar
 presença e atuação nas redes sociais
 vida social ativa

painel de estilo de vida do público alvo

paralelamente a esse grupo, temos um grupo mais amplo dos frequentadores da feira. segundo a nossa pesquisa, entre eles se encontram moradores de Brasília e turistas do Brasil e do exterior, de poder aquisitivo e perfil de compra muito diversos.

identidade local

fizemos um levantamento de imagens relacionadas à identidade local, a fim de analisarmos os elementos visuais. categorizamos as imagens em três grupos: arquitetura, padrões e cerrado, e fizemos um painel visual de cada um.

arquitetura

padrões

cerrado

quinta-feira, 10 de maio de 2012

requisitos iniciais

a partir dos dados coletados nas pesquisas e principalmente no contato com As Floristas, listamos nossos primeiros requisitos:

 trazer retorno financeiro
 representar identidade local
 atuar com estratégias de inserção e divulgação (ponto na feira, artivismo)
 atingir público jovem
 utilizar materiais do estoque do grupo
 ter baixo custo de produção
 trabalhar com peças menores
 trabalhar junto com o grupo
 adequar os produtos ao mercado de turismo e regionalismo

floristas!

visitamos novamente As Floristas, a fim de conhecer mais profundamente o grupo e suas expectativas. a entrevista se deu na forma de conversa, com participação mais ativa das associadas Beth e Helena.

elas começaram as atividades em 2006, sendo um grupo de bordadeiras com produção prioritariamente de colchas e panos de prato. em 2007, por meio do CDT, se regularizaram e passaram a atuar como associação. infelizmente, no ano seguinte, a então presidente fugiu com grande parte do material e produção da associação... conseguiram se reerguer com a ajuda de projetos do CDT e do Sebrae.

durante um certo período, As Floristas receberam auxílio de designers do Sebrae. cada um, ao longo de uma semana, fazia uma visita e projetava coleções para que elas executassem (costura e bordado). as peças produzidas eram levadas e obtinham grande sucesso em grandes feiras em São Paulo, como a Paralela Gift, além de participar de eventos em Minas Gerais e na Bahia. elas veem com um certo pessimismo o panorama atual do artesanato no mercado do Distrito Federal, afirmando que as vendas são muito insatisfatórias.

a partir dos panos de prato (as colchas não obtinham sucesso), passaram a produzir peças de vestuário e almofadas.

já fizeram diversos cursos de capacitação. participaram de um projeto nacional de curso itinerante, financiado pelo governo. o curso não deu certo e, por falta de planejamento, atualmente possuem sete máquinas de costura sem utilidade na casa de uma das associadas ao grupo, enquanto os responsáveis não buscam e levam para outro lugar.

atualmente e há pouco tempo, As Floristas vendem na Feira da Torre, no box de economia solidária do CDT. elas entendem a situação como uma oportunidade crescimento, já que agora terão um ponto fixo de vendas. apesar de o ponto ter uma localização desfavorável dentro da feira, elas têm em mente que, a médio prazo, principalmente na Copa de 2014, a feira será um ponto de muita atração turística e não haverá tanta distinção entre os pontos.

segundo elas, as suas maiores consumidoras são mulheres a partir de quarenta anos e magras. o grupo pretende atingir as jovens e associam esse público a objetos pequenos e roupas leves e soltas.
buscam também explorar a identidade local e atrair mais turistas tratando de características do cerrado e arquitetura (abrangência não só do Plano Piloto, mas também das Cidades Satélites e entorno) nos motivos de bordado.

sobre expectativas para o projeto conosco, citaram a necessidade de retorno financeiro para que a associação possa se manter e trazer vantagens para as associadas.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

da torre


no domingo do dia sete, resolvemos conhecer o box da Feira da Torre em que As Floristas expõem seu trabalho junto com outras comunidades de economia solidária. infelizmente, o box, que se situa em uma região bem desprivilegiada, já estava fechado (16h). uma senhora do box vizinho relatou a sua insatisfação em relação à localização e lamentou como esse fator compromete drasticamente as vendas.

aproveitamos a ocasião para pesquisar um pouco sobre o público que frequenta e os produtos que são vendidos na feira. conversamos com a dona Lígia, feirante há quase cinquenta anos e especialista em produtos feitos de capim dourado. segundo o seu relato, o público é muito diversificado, variando de habitantes locais a turistas de outras partes do Brasil e do mundo. isso reflete também a enorme variedade de produtos comercializados na feira. dona Lígia explica o seu grande sucesso com a clientela por contar com um atendimento diferenciado e preços abaixo do mercado, além de seus produtos serem fabricados a partir de matéria-prima regional. pesquisamos também em lojas de souvenirs e lembrancinhas da capital, que não apresentam grande diferenciação de produtos em relação a outros do mesmo setor vendidos na feira e trabalham com um público quase que exclusivamente de turistas. boxes que vendem produtos como alpargatas bordadas, pulseiras e acessórios já trazem um público mais geral, contando bastante com a clientela local.

como conclusão da pesquisa, ressaltamos a importância de estratégias de inserção no mercado de um produto novo. além disso, a possibilidade de venda de pequenos produtos de artesanato, com motivos e processo de produção locais por exemplo, é vista como uma oportunidade promissora dentro do contexto da Torre. ou seja, precisamos pesquisar sobre identidade local e ações de marketing!


produtos de capim dourado

souvenirs da capital

sapatos, bolsas e alpargatas bordadas

domingo, 6 de maio de 2012

encanto das artes e floristas



no dia três de maio, acompanhadas do Thiago e do Fernando do CDT, fomos conhecer dois grupos de artesãs do Recanto das Emas.


 Encanto das Artes


o primeiro foi o Encanto das Artes, associação formada por cerca de quinze mulheres. o trabalho é desenvolvido na própria casa da presidente, que foi quem capacitou muitas das associadas. elas bordam, costuram e fazem tricô. existe uma divisão de tarefas e especialização, de modo que cada uma produz algo em que é melhor ou tem mais afinidade. assim, a associação tem como resultado os mais diversos produtos: vestidos, saias, batas, coletes, panos de prato, tiaras, tapetes e sapatinhos de bebê (que é o produto mais vendido). é um grupo que já participou de desfiles no Rio e em Brasília e tem seu trabalho reconhecido. trabalha bastante sob encomenda. o bordado bem acabado se destaca em relação à modelagem. observamos que o preço varia bastante, desde peças simples de dez reais (como acessórios para o cabelo) até outras mais elaboradas que chegam até cerca de duzentos reais (saia toda bordada). tivemos uma recepção maravilhosa, todas foram muito queridas e atenciosas. :)


As Floristas

o segundo grupo foi As Floristas, também formado por cerca de quinze mulheres. elas possuem muitas máquinas de costura (industriais, Overloque) e trabalham em uma loja que consideram bem localizada (apesar de ser muito pequena e caber apenas metade dos equipamentos). elas bordam, costuram e fazem consertos. a venda dos produtos se dá na própria loja e atualmente também na Feira da Torre de TV, em um box de economia solidária, da associação Bem Me Quero. na loja, verificamos que as peças de vestuário, de confecção própria, são vendidas a preços muito baixos, de dez a trinta reais. o trabalho apresenta um ótimo acabamento, tanto do bordado quanto da costura. o grupo apresenta a preocupação de representar a identidade local, também com o intuito de melhorar as vendas. fomos bem recebidas também, apesar de só três mulheres estarem presentes e de a visita ter sido mais curta...

diante disso, nos deparamos com uma escolha difícil: definir com qual grupo vamos trabalhar ao longo do semestre. vários aspectos foram levantados e ficamos super divididas. decidimos, por fim, trabalhar com As Floristas! é um grupo que nunca teve contribuição de alunos da UnB e tem a preocupação de produzir um trabalho com identidade local (artesanato), além de ter uma ótima qualidade de acabamento. ou seja, é alinhado com os nossos objetivos e os da disciplina. nós estamos muito animadas e esperamos fazer outra visita durante essa semana (:

quinta-feira, 3 de maio de 2012

bordado e referências


possíveis produtos - especialmente acessórios

referencias de bordados - pontos, cores e estilos



ainda na expectativa da reunião com o grupo, iniciamos pesquisas de produtos bordados e bordados por si só, com o intuito de conhecer algumas possibilidades do bordado e pensar com quais produtos poderíamos trabalhar. a procura por imagens se deu essencialmente pela internet, em sites de referência e blogs relacionados ao assunto. entre os produtos encontrados, surgiram sapatos (sapatilhas, alpargatas, tênis), bolsas, itens de decoração (almofada, toalha de mesa), peças de vestuário e acessórios em geral. os bordados podem ter os mais diversos motivos, cores e técnicas de pontos, sendo potencialmente um grande veículo de expressão de identidade local (artesanato). organizamos as imagens selecionadas em paineis, para facilitar a compreensão do conjunto.

terça-feira, 1 de maio de 2012

método e cronograma


antes de mais nada, fizemos um planejamento geral de algumas etapas do projeto e uma previsão de cronograma. trata-se apenas de um meio de organizarmos nossos passos ao longo das (poucas) semanas que nos restam.

metodologia:
– pesquisa bibliográfica
– estado da arte
– pesquisa de usuário
– análise de concorrentes e similares
– desenvolvimento de paineis visuais
– requisitos
– alternativas
– pesquisa de materiais
– maquete física
– validação com o usuário
– detalhamento técnico
– protótipo

cronograma:
– 23 a 29 abr
proposta de metodologia e cronograma
criação do blog (com comentários gerais sobre a disciplina, sustentabilidade e nossa escolha de projeto)
pesquisa inicial sobre bordados e acessórios
primeiro contato com a comunidade
panorama geral da situação da comunidade

– 30 a 6 abr/mai
possibilidades de produtos e materiais
pesquisa e análise de concorrentes e similares
pesquisa de elementos da identidade local / diferença entre artesanato e manufatura
desenvolvimento de painéis – semântico / de estilo / cores

– 7 a 13 mai
estilo
alternativas de produtos e materiais

– 14 a 20 mai
alternativas de produtos e materiais

– 21 a 27 mai
alternativas de produtos e materiais

maquete física?
validação

– 28 a 3 mai/jun
anteprojeto
– 4 a 10 jun


e as semanas seguintes, de 11 de junho até 8 de julho, para a finalização do projeto e preparação para a apresentação. por enquanto é isso, mas estamos super abertas aos processos que o projeto pedir :)

pp3 e o cdt


a fim de nos orientar na escolha do projeto e de apresentar o trabalho que desenvolvem, recebemos a visita da Hyrla e do Thiago, representantes da Incubadora Social e Solidária do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da UnB. a incubadora tem como missão "contribuir para o desenvolvimento e a sustentabilidade de empreendimentos de Economia Social e Solidária, atuando em Ensino, Pesquisa, Extensão e estimulando o uso de Tecnologias Sociais." e entende o processo de incubação como "apoio contínuo, direcionado e efetivo do empreendimento nas seguintes áreas: empreendedor, produtos e serviços, capital, mercado e gestão." em seguida, nos apresentaram as comunidades com as quais já desenvolvem projetos, abrindo uma oportunidade para os alunos interessados também participarem em pp3.
ainda não estávamos certas sobre o que escolher como tema de projeto e a apresentação das comunidades do CDT foi definitivamente inspiradora! percebemos que se trata de uma experiência única, facilitada pelo ambiente acadêmico: uma oportunidade de levantar reflexões sobre o papel do designer e sobre questões antropológicas de inserção em determinados sistemas culturais e, acima de tudo, uma chance de contribuir para o desenvolvimento e sustentabilidade de um grupo.
analisando os grupos, nos identificamos com as comunidades relacionadas a bordado. agora falta definir, junto ao CDT, qual seria a mais indicada e dar início efetivo ao trabalho! :)